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Exclusivo: Marcelo Chamusca fala do atual momento do Fortaleza, faz avaliações, e desconversa sobre seu futuro na equipe

O blog Nota Esportiva traz como novidade aos leitores um quadro de entrevistas, trazendo sempre todas as semanas, sobretudo nos dias de sexta-feira, um bate-bola com algum jogador, dirigente, ou algum personagem que esteja envolvido diretamente no esporte local.

Técnico Marcelo Chamusca revela que ainda não decidiu se permanece para Série C: "Ainda não pensei sobre o futuro".

Técnico Marcelo Chamusca revela que ainda não decidiu se permanece para Série C: “Ainda não pensei sobre o futuro”.

O entrevistado da vez é Marcelo Chamusca. Baiano, 47 anos, o treinador chegou ao Fortaleza após boa passagem no comando do Salgueiro-PE. Por ter vindo de um clube considerado “pequeno”, Chamusca se apresentou ao tricolor com grande desconfiança da torcida e da imprensa. No entanto, o comandante logo tratou de jogar as desconfianças de lado e demonstrar seu bom potencial conquistando resultados positivos em campo.

Em quatro meses, 27 jogos na temporada, o Fortaleza, sob comando de Marcelo Chamusca, passou 25 partidas invictas, e apurou apenas duas derrotas. Dentre as equipes do Brasil, apresentou os melhores aproveitamentos individuais e coletivos. Nada mal para um profissional que chegou cercado de incertezas.

Acompanhe a entrevista exclusiva com Marcelo Chamusca, técnico do Fortaleza.

Nota Esportiva: O Fortaleza vinha de 25 jogos de invencibilidade, e de repente perdeu duas partidas cruciais (derrotas para Ceará e Icasa). Como você vem trabalhando o lado psicológico dessa equipe?

Chamusca: Nosso pensamento  sempre foi em jogar o campeonato de uma forma natural, ninguém planejou essa invencibilidade e nem quebrar recordes, mas as coisas foram acontecendo. Eu sempre falei aos atletas que o Fortaleza não é uma equipe imbatível, e nós estávamos esperando acontecer os revés. É dessa forma que eu trabalho, mostrando que a derrota também faz parte, todo mundo trabalha para minimizar, até mesmo porque ninguém quer perder.

Nota Esportiva: O seu ponto diferencial, considerado por muitos torcedores e membros da imprensa, vem sendo por utilizar de jovens da base no plantel profissional. Como que vem sendo o trabalho com o emocional desses jogadores, tendo em vista o momento importante que o Fortaleza vem passando?

Chamusca: Sem dúvidas a participação dos atletas mais jovens vem sendo determinante nessa campanha. Eles foram amadurecendo durante a competição. Eles passaram por muitos obstáculos, por jogos difíceis, clássicos importantes, então eu acho que eles estão preparados, passando por um momento de experiência, prontos para os tipos de dificuldades. Não gosto de impor pressão sobre eles, eu trabalho passando tranquilidade, para que dentro de campo eles possam render com o melhor futebol possível.

Nota Esportiva: Algo que chamou atenção, não só nas arquibancadas mas também por muitos comentaristas, foi a ausência do volante Guto nos últimos jogos. Consequentemente, com a saída dele, o Fortaleza perdeu dois jogos em sequência. O que aconteceu para ele ter sido sacado do time dessa forma?

Chamusca: O Guto fez uma boa sequência de jogos, principalmente na primeira fase. O que pesou negativamente contra o Guto foi sua sequência de cartões. Ele é muito agressivo no sentido de reclamações ao árbitro, e claro que já existe todo um contexto em relação ao Guto envolvendo arbitragem, as vezes ele não merece mas acaba tomando. Já o Corrêa entrou, se encaixou bem no time e aproveitou a oportunidade.

Nota Esportiva: Sabemos que durante essa boa sequência de jogos invictos você recebeu sondagens de outros clubes, mas você preferiu sequer receber as ligações com as propostas. Afinal, qual seu desejo? Independente do resultado no estadual, você fica ou sai do clube para a Série C? 

Chamusca: Eu não penso nisso agora. Meu foco é terminar o estadual, buscar o título. O futuro nós vamos pensar no momento certo.

Técnico do Fortaleza, Marcelo Chamusca foi entrevistado pela equipe do Nota Esportiva.

Técnico do Fortaleza, Marcelo Chamusca foi entrevistado pela equipe do Nota Esportiva.

Nota Esportiva: Chamusca, o tricolor já busca um título a quatro anos e durante esse tempo também o retorno à Série B. Novos fracassos podem custar caro para a diretoria, até mesmo a sua permanência no cargo. Como vem sendo a preparação para o final do campeonato, sabendo que o título estadual aliviaria mais os ânimos da torcida? 

Chamusca: Eu não penso nada negativo no meu trabalho. Não faço reflexão sobre o que vai acontecer com diretoria, muito menos comigo. Eu sou uma pessoa preparada, eu não cai de paraquedas aqui, eu vim para o Fortaleza pela minha história em outros clubes. Não gosto de pensar sobre o que vai acontecer no futuro. Já cheguei aqui ciente das dificuldades, e é por isso que eu procuro sempre dar meu máximo, meu empenho, sempre o melhor durante os 90 minutos para ajudar o clube. Sobre o que vai acontecer, ou não acontecer, só pensarei nisso no momento propício.

Nota Esportiva: Você já chega ao quarto mês a frente do Fortaleza. Em sua analise, quais vem sendo os pontos fortes de seu trabalho? e os fracos?

Chamusca: Os pontos fortes foi a ótima sequência invicta, conseguimos a classificação antecipada na primeira fase, na segunda fase, e a liderança nos dois casos. Além disso, conseguimos uma força muito forte ao longo dos jogos, fazendo com que o torcedor acreditasse na gente.  Já o fato negativo talvez tenha sido a derrota no clássico, porque nós investimos muito nesse jogo, e sabemos que poderíamos ter arrancado um resultado melhor.

 

O blog Nota Esportiva agradece a Marcelo Chamusca pela entrevista e ao departamento de Comunicação do Fortaleza E.C

 

Entrevista e produção: Gabriel Lobo e Amanda Gomes.

Edição: Gabriel Lobo (@gabriellobo10) 

 

Sérgio Alves abre o jogo, fala de seus planos para o futuro e revela se guarda mágoas da diretoria do Ceará

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Idolo do Ceará, Sérgio Alves contou um pouco sobre sua saída do clube em 2013.

Idolo do Ceará, Sérgio Alves contou um pouco sobre sua saída do clube em 2013.

O entrevistado da vez é o ex-atacante Sérgio Alves. Ídolo da história recente do Ceará Sporting Club, Sérgio possui o respeito e admiração da grande torcida do Vovô, e até hoje é carinhosamente chamado de “Carrasco” pela grande quantidade de gols marcados diante o maior rival Fortaleza.

Após encerrar sua carreira como jogador no ano de 2009 (temporada a qual foi de grande importância na campanha do acesso), Sérgio aceitou o desafio de se tornar treinador das categorias de base do clube. No entanto, colecionado resultados negativos, foi perdendo o prestígio com a diretoria, e após o fracasso na Copinha de 2013 deixou o alvinegro.

Atualmente com 43 anos, Sérgio Alves não possui planos para seguir no ramo do futebol profissional. Contando um pouco de seus anseios para o futuro e se guarda magoas da direção do Ceará, ele foi brevemente entrevistado pelo Nota Esportiva durante realização do Jogo dos Famosos, que aconteceu na última sexta-feira, 14.  Acompanhe:

Nota Esportiva: Quais os planos do Sérgio Alves para o futuro?

Sérgio Alves: Meus planos são políticos. Vamos entrar nessa nova caminhada, e se for da vontade de Deus vamos conseguir o objetivo.

Nota Esportiva: Ultimamente você largou a aposentadoria e se lançou na aventura de jogar a Segunda Divisão do estadual pelo Pacatuba, mas depois disso pouco se ouviu falar em Sérgio Alves. O que você tem feito?

Sérgio Alves: Enquanto isso não chega (eleição política), nós estamos a frente de um projeto no município de Cruz (cidade distante a 204 Km de Fortaleza), com um projeto feito pela prefeitura que tem a frente o prefeito Adauto. Estamos trabalhando com garotos de 9 a 17 anos, podendo passar para eles a experiência de vida e a experiência profissional, para que os garotos em suas caminhadas tenham pelo menos um pouco de inteligência e um pouco de sabedoria. O nosso intuito é primeiro formar o cidadão para depois formar o atleta.

Nota Esportiva: Você já treinou o Ceará e também comandou o Ferroviário. Existe o desejo de seguir a carreira e treinar outros clubes de futebol profissional?

Sérgio Alves: Quem sabe, mas esse não é meu pensamento no momento. Meus planos são outros e vou deixar um pouco de lado a carreira de técnico

 Nota Esportiva: Quanto ao atual momento do Ceará, como você vem avaliando?

Sérgio Alves: Um momento maravilhoso. O Ceará muito bem na Copa do Nordeste, bem preparado para o Campeonato Brasileiro, ainda buscando se encontrar no Cearense, mas com grandes possibilidades de chegar na final e buscar mais um título. O Ceará está com um grupo forte e capaz de disputar qualquer competição que entrar nesse ano.

Nota Esportiva: Bem, você deixou o Vovô em um momento bem conturbado, ainda sem muitas explicações. Você guarda mágoas da diretoria?

Sérgio Alves: De maneira nenhuma. A vida segue. Se eles acharam que era o momento do Sérgio Alves sair do Ceará, foi eles que tomaram a decisão. O Ceará segue a vida dele e o Sérgio Alves segue a sua vida. Agora é lógico, levo sempre o Ceará no coração, a torcida que sempre respeitei e sempre irei respeitar, até mesmo porque existe recíproca de ambos os lados. Pela internet sempre recebo vários elogios, apoio, os torcedores sempre mostrando seu carinho pela minha pessoa, sempre falando que estão comigo. Isso é gratificante e levarei para sempre comigo.

Nota Esportiva: Nós te agradecemos e desejamos boa sorte nos desafios. 

Sérgio Alves: Um abraço.

Sérgio Alves foi entrevistado pelo Nota Esportiva durante o Jogo dos Famosos, que aconteceu no PV.

Sérgio Alves foi entrevistado pelo Nota Esportiva durante o Jogo dos Famosos, que aconteceu no PV.

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Reportagem, entrevista e produção:
Gabriel Lobo – 
@gabriellobo10
Wilson Lennon – @WilsonLennonn

Fã de Kevin Durant, DeVon Hardin, do Basquete Cearense, fala sobre sua chegada, adaptação e dá recado para torcida

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Pivô americano é um dos destaques do BC Foto: Divulgação/LNB

Pivô americano é um dos destaques do BC
Foto: Divulgação/LNB

O entrevistado de hoje é o pivô do Basquete Cearense: DeVon Hardin. DeVon chegou ao Basquete Cearense na atual temporada. O atleta  é natural de Long Beach, Califórnia e tem 27 anos. Por lá jogou os 4 anos possíveis de faculdade, atuando pela Universidade da Califórnia, os Golden Bears. O pivô americano vem sendo um dos destaques do time cearense, com médias de 10 pontos e 5 rebotes por jogo. Recentemente DeVon ganhou o Torneio de Enterradas da NBB, além de ser titular no Time Mundo no Jogo das Estrelas. 

Confira mais uma entrevista exclusiva do Nota Esportiva.

Como é morar no Brasil? Eu li em entrevista recente que sua família também veio para cá, como está a adaptação geral ?

DeVon: É maravilhoso. Morar no Brasil vem sendo um pouco mais fácil para mim do que foi morar em outros países que joguei (Bósnia, China, Qatar ). Provavelmente os maiores problemas são a comida, e comprar alguma coisa pois tudo aqui é um pouco mais caro. Mas no geral está tudo bem.

Como aconteceu sua transação para o BC ?

DeVon: Meu técnico, Bial, foi aos Estados Unidos no verão. Ele foi até a minha casa e me apresentou o contrato. Acabou me convencendo a vir.

Fale um pouco sobre a experiência de ser draftado por um time da NBA na época o Seattle Supersonics (atual Oklahoma City Thunder)

DeVon: Infelizmente eu não pude ir para o Training Camp, eu estava machucado (fratura por stress na perna esquerda). Ser chamado para a NBA é diferente, é uma liga bem competitiva com jogadores competitivos. No momento estou feliz em ser um jogador profissional de basquete.

Você tem algum jogador preferido na NBA ?

DeVon: Cara eu vou de Kevin Durant, ele é o meu preferido. Mas o LeBron James é o melhor jogador da liga.

Como foi ganhar o torneio de enterradas dentro de casa? E também ser o primeiro jogador do BC a jogar no jogo das estrelas?

DeVon: Foi muito bom. Fiquei feliz em ter feito isso. Foi bom representar meu time, meu técnico e minha cidade. Me senti orgulhoso e com o sentimento de dever cumprido.

Como foi/está sendo a recepção da torcida cearense com você?

DeVon: Ah a torcida é ótima. Eu sempre tento estar disponível para eles dando autógrafos, tirando fotos. Algumas vezes são muitos de uma vez só e eu tento dar conta (risos). Mas a torcida é excelente. Eu espero que o time fique por aqui, e com o tempo, a cidade se interesse por basquete cada vez mais.

DeVon recebeu a equipe do Nota no Ginásio da UNIFOR. A conversa correu em tom descontraído.  Foto: Gabriel Lobo

DeVon recebeu a equipe do Nota no Ginásio da UNIFOR. A conversa correu em tom descontraído.
Foto: Gabriel Lobo

Como é a convivência do grupo ? O Bial é elétrico daquele jeito também internamente ?

DeVon: Sim, o Bial é louco todo mundo sabe que ele é louco (risos). A convivência é boa, é um bom grupo de jogadores. Nós jogamos bem dentro da quadra e nos damos bem fora dela. Isso dá uma boa química para a equipe.

Ter o Brandon(Brown) e o Nick(Williams) ajudou no começo, na parte do dia-dia?

DeVon: Um pouco. O Brandon é o que fala melhor o português de nós 3, porque ele já jogou em outro clube brasileiro antes. Com o tempo nós conseguimos resolver os problemas.

Com quase 7 meses em Fortaleza, a cidade vem sendo o que você esperava quando aceitou vir jogar aqui ?

DeVon: Sabe, eu vim jogar aqui com uma expectativa muito alta de como seria. E até agora as expectativas estão se cumprindo. Eu vim pra cá muito empolgado, vi várias fotos bonitas da cidade na internet, a praia e outras coisas divertidas para se fazer.A cidade oferece vários tipos de programas, eu levei as crianças no Circo, no Beach Park, visitei a Praia do Cumbuco. Enfim, a cidade vem correspondendo sim minhas expectativas.

Para finalizar, um recado para o que a torcida pode esperar até o final da temporada

DeVon: A torcida pode esperar o melhor de nós. Apesar da nossa posição na tabela, sabemos que temporada ainda não acabou. Com muito trabalho e dedicação conseguiremos nossa vaga nos Playoffs. E não é só conseguir a vaga, queremos disputar para valer. Ano passado o time conseguiu ir para os Playoffs mas acabou sendo eliminado na 1ª eliminatória, esse ano queremos ir mais longe. O clube é novo, está apenas no seu 2° ano de liga e tem muito para conquistar.

Produção, edição e reportagem elaborada por:

Amanda Gomes – @ammanndagomes
João Pedro Guedes – @jpedroguedes

Decepcionado, Evangelista Torquato admite: “Não deveria ter entrado”

O blog Nota Esportiva traz como novidade aos leitores um quadro de entrevistas, trazendo sempre todas as semanas, sobretudo nos dias de sexta-feira, um bate-bola com algum jogador, dirigente, ou algum personagem que esteja envolvido diretamente no esporte local.

Evangelista Torquato passou apenas 33 dias na diretoria tricolor (Foto: Nodge Nogueira/Site Oficial do Fortaleza)

Evangelista Torquato passou apenas 33 dias na diretoria tricolor (Foto: Nodge Nogueira/Site Oficial do Fortaleza)

O silêncio chegou ao fim. Com o falecimento do pai em meio à saída conturbada do Fortaleza, durou mais do que o previsto, mas foi quebrado em mais de 45 minutos de conversa, em sua clínica, na noite da última quinta-feira. Com o habitual discurso firme, Evangelista Torquato distribuiu críticas à atual gestão do Tricolor, revelou conflitos internos, explicou o planejamento montado para o departamento de futebol, exaltou o técnico Marcelo Chamusca e admitiu: arrependeu-se da decisão de entrar na diretoria.

Após quatro meses na diretoria de planejamento no início de 2013 e, no segundo semestre, a criação do movimento de oposição Democracia Fortaleza, Evangelista Torquato retornou à cúpula do clube em janeiro deste ano. Reassumiu a pasta de planejamento e ficou responsável também pela diretoria de futebol, após a saída de Adaílton Campelo. Entretanto, diante da boa fase do time em campo – ainda invicto na temporada -, o dirigente se voltou para a parte administrativa e tentou se inteirar da situação para buscar soluções junto com o amigo e diretor financeiro Flávio Novais.

Apesar da promessa de autonomia total nos cargos, a dupla não teve acesso aos contratos exigidos e passou a enfrentar atritos e dificuldades na diretoria. Torquato pretendia dar mais transparência à torcida – sobretudo aos sócios – acerca das finanças do clube, mas esbarrou na atual gestão. O ex-diretor de futebol e de planejamento do Leão relatou momentos de crise do clube em 2014 e revelou, por exemplo, que o presidente Osmar Baquit estava decidido a se licenciar do cargo e, em reunião, até apresentou à diretoria uma carta de licença, mas foi “impedido” pelo vice Daniel Frota.

– (Daniel Frota) Se levanta, em um rompante, diz que não aceita, dá passos em direção ao Adaílton, tira a carta do bolso dele e rasga na frente de todo mundo. Um circo. Um verdadeiro circo – lamenta

O médico falou, ainda, sobre os salários atrasados dos jogadores e a demora para se apresentar ao elenco, apontou as melhorias que planejava para o departamento de futebol, comentou sobre as renovações com jogadores jovens, elogiou bastante Marcelo Chamusca, com quem se reuniu apenas duas vezes, e comentou as negociações frustradas com os zagueiros Saimon, do Grêmio, e Heitor, do Criciúma, e os atacantes Léo Jaime, do Bragantino, e Rafael Oliveira, ex-Academica de Coimbra, de Portugal.

Leia a íntegra da entrevista de Evangelista Torquato ao Nota Esportiva:

Ações no departamento de futebol

A gente começou a fazer um trabalho extramamente interessante no futebol, com reuniões semanais, em que a gente analisava as contusões dos nossos jogadores, como estava o departamento médico… A gente estava tentando contratar um novo médico, porque havia essa carência; tentando fazer parcerias com clínicas para ter espirometria (exame de pulmão) para os atletas que chegassem; entrando em contato com serviço de nutrição, que faria uma avaliação nutricional de todos os atletas e elaborasse um cardápio para a concentração e um cardápio aproximado para os atletas quando estivessem fora do clube; estava em negociação com uma equipe de coaching, para o aspecto motivacional da equipe. A gente tinha que fazer uma contratação naquele molde traçado. E só o financeiro e o futebol tinham que saber quem seria contratado, nada de presidente ou vice-presidente. E o financeiro estava sabendo. Então, fizemos tudo de forma correta. Ou seja, o embrião de um trabalho.

Marcelo Chamusca

Talvez o maior acerto do Judson (Fernandes, ex-assessor de futebol) tenha sido a indicação do Chamusca. Vivas, palmas e urras para o Adaílton, que fez isso. Bancou um nome que ninguém conhecia. Ótimo, espetacular. Para mim, uma surpresa espetacular. Humilde, simples, mas entende, tem boa leitura de jogo, que é fundamental. Por exemplo, o Nedo sabia montar a equipe, mas, para mim, não tinha uma boa leitura de jogo. O Vica já tinha uma visão de jogo melhor. Para mim, esse rapaz lê o jogo melhor que o Vica. E outra coisa: o Fortaleza tem padrão de jogo. Em alguns momentos, o Vica conseguir dar esse padrão, mas, em alguns momentos, a equipe pecou muito.

Dívida com o elenco

Quando eu assumo, meu pai adoece três dias depois e eu encontro um monte de dívidas. Combinei com o Júlio (César Manso, gerente de futebol) que manteria contato direito com ele, buscaria deixar o elenco em dia e aí me apresentaria. Porque aí eu estaria dizendo: “Essa é a minha chegada”. Com o elenco em dia, isso foi uma estratégia nossa mesmo, porque eu tinha uma condição emocional importante – a doença seguida da morte do meu pai – e a dívida com o elenco, porque eu queria deixar em dia.

Busca por reforços

O Saimon esteve acertado. O problema do Saimon foi o problema que ele teve (divulgação de um vídeo íntimo), estava acertado. O zagueiro do Criciúma, Heitor, estava acertado e viria por R$ 2 mil. Foi justamente no momento da confusão do futebol, quando queriam que eu saísse e disseram que não poderia contratar mais ninguém. Eu estava praticamente fora, mas deixei o Heitor contratado. Rafael Oliveira estrava contratado, pré-contrato já feito e base salarial acertada. Ele só tinha pedido um tempo para se apresentar porque ia noivar ou casar, uma coisa assim. O pré-contrato seria enviado em uma quarta-feira, mas na sexta-feira teve a reunião louca, e o Flávio saiu. Cheguei a conversar com o Léo Jaime. Ele ganha R$ 15 mil e viria por R$ 25 mil, mas a gente achava que valia a pena porque seria outro cenário de jogo, por causa da velocidade dele. E aí a gente ia negociar a liberação com o Bragantino. Mas com o jogador estava acertado.

Renovações

A gente renovou com o Walfrido até 2017 e deixou tudo acertado até 2016 com o Cametá, base salarial toda acertada. No dia de assinar o contrato, ele ficou com catapora e não veio, mas ficou feliz porque a gente estava reconhecendo o trabalho dele, e acredito que já deve ter assinado. O Edinho até 2016, o Romarinho também. Estamos colhendo os frutos da base que temos.

Doença e morte do pai

Atrapalhou. Atrapalha porque, emocionalmente, você fica muito deprimido… Eu tinha e tenho uma relação muito forte com meu pai. A morte é apenas uma transição de algumas coisas, só o corpo físico desaparece, mas outras coisas não vão desaparecer nunca. Emocionalmente eu fiquei muito abalado, mas só me mantive na diretoria porque queria ver meu time diferente.

Na verdade, a morte do meu pai não iria atrapalhar em nada, porque se em vida eu me mantive, imagina com meu pai já morto. O problema da saída foi que o presidente falou: “Nós não conseguimos trabalhar em conjunto”. Então, se o Baquit sai, significa que eu posso ficar; se ele fica, significa que eu tenho que sair. Ele saiu e voltou. O recado estava dado: “Saiam vocês”.

Fritura

O Baquit tinha uma estratégia muito clara de “ferrar” o meu nome. Você sabe o que é o cara (jogador) vir, estar aqui e ir embora? Isso é para acabar com o diretor de futebol. E tudo isso tem uma motivação: acesso a todas as contas do clube. Essa é a motivação. Nós íamos abrir as contas para quem, de fato, é dono do clube. Sócio-proprietário: tem acesso às contas do MITT (Movimento Independente da Torcida Tricolor) e ao balanço final de tudo, assim como conselheiro. Sócio-torcedor: tem acesso à transparência da empresa O&A (responsável por administrar o Leões do Pici, programa de sócio-torcedor). Nós podemos fazer isso. Qual era o nosso pilar? A gente põe o máximo de transparência para quem, de fato, tem que se fazer. Não estou falando de fazer um balancete da empresa para todo mundo ver, não. No site, posso reservar uma área para os sócios-proprietários e sócio-torcedores, uma área de reserva, coisa mais boba do mundo de fazer. Não estou propondo chegar ao estágio final de ter tudo aberto para todo mundo, embora seja o ideal. O Corinthians e outros times fazem isso. Com transparência, eu teria base para dizer: “Agora vem investir aqui. Vem, porque tu vai saber onde é que vou gastar”. A gente tinha esse lema muito forte. Por quê? Porque todo mundo fala que não é transparente, então a gente chega com a transparência. É estratégia de virar o jogo. O que a gente não contava é que estava ali apenas como peça para cobrir uma grana e depois poder ser descartado.

Convite de composição por interesse financeiro

Eu não tenho a menor dúvida de dizer isso para você. A menor dúvida.

Arrependimento

Arrependo. Arrependo porque, em dois anos, eu deixei lá, praticamente, R$ 400 mil. Com R$ 400 mil, eu teria construído completamente o hotel Otoni Diniz e teria deixado um patrimônio para o meu time. Eu me arrependo. Me arrependo de ter dado R$ 400 mil para Baquit e Daniel Frota.

Eu deveria ter escutado o Dema (Demetrius Coelho, ex-diretor de marketing e membro do movimento Democracia Fortaleza), o Marcello Desidério e não deveria ter entrado. Mas tudo na vida tem um ponto positivo e um ponto negativo. Por outro lado, isso me fortaleceu muito a vontade de um dia comandar aquela gestão, porque hoje eu tenho a exata noção do malefício que essa gestão causou nesses últimos três, quatro anos. Existe uma verdadeira desordem administrativa. Mas é uma desordem muito, muito, muito grande.

Dívida da diretoria

(R$ 400 mil) Dado. O que emprestei foi R$ 150 mil, que estão há três meses sem me pagar. R$ 3 mil por mês, sem juros, e estão há três meses sem me pagar.

Reunião decisiva

Outro caso interessante para saberem a verdade: a reunião fatídica. Em meio a toda essa turbulência, o Baquit convoca uma reunião de diretoria. Cheguei lá, e tinham mais de 20 pessoas. (…) Para mim, tem que ser uma reunião “fechadéssima”: seis, sete, oito pessoas. Uma reunião dessas vira um circo. Todas as duas únicas reuniões que participei com o Baquit foram um circo. (…) Em meio a todos esses conflitos, tem um momento que o Baquit fala: “Estou achando que nós não podemos conviver juntos, administrativamente não tenho condições de trabalhar com vocês. Então, para o bem do meu time, eu vou me licenciar”. O Baquit sai, vai na sala ao lado, volta com a carta-renúncia (carta de licença, na verdade), e dá para o Adaílton (Campelo), o vice do Conselho (Deliberativo), que estava lá acompanhando a reunião como convidado, assim como o próprio presidente do Conselho (Elpídio Brígido Filho). (…) O que o Daniel (Frota, vice-presidente) faz? Se levanta, em um rompante, diz que não aceita, dá passos em direção ao Adaílton, tira a carta do bolso dele e rasga na frente de todo mundo. Um circo. Um verdadeiro circo. O Baquit disse que era irrevogável, que faria outra carta. Eu tinha que sair para atender (na clínica) e saí com a esperança de que o Baquit faria outra carta e sairia. Para a minha surpresa, o Baquit disse que não iria mais se licenciar. Pela, sei lá, enésima vez, ele ficou nessa brincadeira de sair e entrar, como se fosse síndico de um prédio de três andares. Qual foi a minha interpretação? Se o meu presidente fala que não há condição de trabalhar comigo e se mantém, está me mandando sair. E o Flávio Novais faz uma carta dizendo que iria sair, que o cargo estava entregue. E eu havia dito ao Flávio desde o começo que “se ele entra, eu entro; se ele sai, eu saio”. E esse foi o episódio de finalização de tudo isso.

Reportagem, Produção e Edição por:
Afonso Ribeiro

Em boa fase, Walfrido mantém a humildade e mira título cearense

O blog  Nota Esportiva traz como novidade aos leitores, um quadro de entrevistas, trazendo sempre todas as semanas, um bate-bola com algum jogador, dirigente, ou algum personagem que esteja envolvido diretamente no esporte local.

Foto: Divulgação/Fortalezaec.net

Foto: Divulgação/Fortalezaec.net

O entrevistado de hoje é o jogador Walfrido. O atleta, apesar de jovem, vem se destacando nos jogos da primeira fase do Campeonato Cearense. O volante tricolor chama atenção com seu bom passe, visão de jogo e boa chegada ao ataque.

Com apenas 19 anos, o atleta é cotado para ser a revelação do Campeonato Cearense. Simpático, Walfrido recebeu a equipe do Nota Esportiva no Pici.

Confira agora, na íntegra, mais uma entrevista do Nota Esportiva !

Walfrido conta um pouco do início da sua carreira, onde você começou ?

Walfrido: Comecei no Colégio Darwin, com 10 anos, no futsal, depois fui para o Estação, onde passei 2 anos e me destaquei  no cearense, chegamos até as quartas de final mas infelizmente fomos eliminados. Depois vim para o Fortaleza, passei 1 ano só treinando na base e fomos campeões cearenses. Depois de um tempo, dois volantes se machucaram e fui chamado para jogar a Taça São Paulo Jr. Viajei, fizemos uma boa campanha. Quando voltei, o técnico Vica me integrou ao time principal. Com a chegada do Hélio dos Anjos tive algumas oportunidades, cheguei até a jogar o clássico. Minha estreia foi aqui no Pici contra o Icasa, ganhamos por 3-0. Com o Luis Carlos não tive oportunidades, mas ele sempre me elogiava e eu continuei treinando. Agora eu consegui essa oportunidade, agarrei e quero dar continuidade ao meu trabalho.

Como foi a transação do Estação para o Fortaleza ?

Walfrido: Foi graças ao Marcelo, meu empresário, ele tem contato aqui com o Fortaleza. Ele me trouxe e conseguiu um teste, eu vim passei e tô aqui até hoje.

Você se inspira em algum jogador ?  

Walfrido: Me inspiro no Paulinho. Ele é um volante que possui muitas qualidades e chega muito bem ao ataque.

Você vem recebendo vários elogios dos torcedores, e a imprensa cogita você como a revelação do campeonato. Como você absorve isso ? 

Walfrido: Muito bem, se Deus quiser com o título, posso conseguir isso. Venho trabalhando forte a cada dia pra conseguir esses objetivos, tanto o coletivo como o individual.

Talvez uma das suas poucas falhas no campeonato seja o número excessivo de cartões. Como você trabalha pra melhorar isso ?

Walfrido: Verdade, mas isso é comum com os volantes. Volante é acostumado a fazer muita falta, e a arbitragem aqui do Estado é muito rígida. Infelizmente venho deixando a desejar nessa parte, levei 6 cartões em 13 jogos né !? Pra um volante acho que estou na média. (risos)

Bem humorado, Walfrido recebeu nossa equipe no Pici.  Foto: Amanda Gomes

Bem humorado, Walfrido recebeu nossa equipe no Pici.
Foto: Amanda Gomes

Como está o clima do elenco ? Existe alguma preocupação mesmo com a classificação antecipada ? 

Walfrido: Não, o grupo está focado e sabendo o que quer.  Nosso primeiro objetivo já foi alcançado, que foi a classificação para a Copa do Brasil 2015, os 2 pontos para a próxima fase e o Carro. O grupo tá focado e vem treinando forte, não está deixando se levar por oba-oba para não deixar cair o rendimento. O treinador pediu para continuar nessa pegada que assim daria tudo certo.

E como está a ansiedade do grupo para a 2ª fase do torneio ?

Walfrido: O grupo está tranquilo, vem trabalhando. O Marcelo vem incentivando o time cada vez mais para não deixar o rendimento cair. Se ele precisar poupar alguém, que poupe agora para depois ter todo mundo inteiro para a próxima fase. O grupo tá forte e focado, e quem entrar vai dar conta do recado.

O Fortaleza vem de várias tentativas frustadas de sair da Série C. O que te faz acreditar e faz você dizer ‘esse ano vai dar certo’ ?

Walfrido: A boa campanha que a gente vem fazendo né !? Vamos chegar forte na 2ª fase do cearense, se Deus quiser seremos campeões cearenses. Agora é dar continuidade e ir rumo a Série B.

Como você e o grupo estão lidando com essa tabela sempre cheia do Campeonato Cearense ? 

Walfrido: É um pouco complicado, é jogo terça, quinta e domingo. Jogo dentro de casa e fora, é uma tabela apertada. Mas acaba sendo até bom, estou aproveitando ao máximo a oportunidade que eu recebi. Só tenho a agradecer pela chance.

E para finalizar, qual o objetivo do Walfrido no futebol ? 

Walfrido: Eu já realizei um dos meus sonhos que era ser jogador de futebol. O objetivo agora é chegar cada vez mais longe na minha carreira, mas primeiro eu quero deixar esse time onde ele merece, na Série B pelo menos e quem sabe um dia na Série A novamente, é uma questão de honra pra mim.

Reportagem elaborada por:
Amanda Gomes – @ammanndagomes

Produção e Edição por:
Amanda Gomes – @ammanndagomes
João Pedro Guedes – @jpedroguedes

Entrevista exclusiva: Ferruccio Feitosa fala sobre Copa do Mundo, projetos sociais e o desenvolvimento do esporte local

O blog  Nota Esportiva traz como novidade aos leitores, um quadro de entrevistas, trazendo sempre todas as semanas, sobretudo nos dias de sexta-feira, um bate-bola com algum jogador, dirigente, ou algum personagem que esteja envolvido diretamente no esporte local.

Foto: Reprodução/Facebook

Foto: Reprodução/Facebook

O entrevistado de hoje é o Secretário Especial da Copa  2014 do Estado do Ceará: Ferruccio Feitosa.

A Secretaria Especial da Copa 2014 (Secopa) é o órgão central de planejamento, coordenação, articulação, gerenciamento e controle das ações necessárias à realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 201. Ferruccio Feitosa tomou posse do cargo em Janeiro de 2011.


Confira agora, na íntegra, mais uma entrevista
 do Nota Esportiva !

 

Qual a previsão de término da construção do Centro de Formação Olímpica?

Ferruccio: Dezembro de 2014.

Este será usado pra projetos sociais?

Ferruccio: Claro. Trabalharemos três pilares esportivos; o esporte educacional, de participação e de alto rendimento.

 Quais?

Ferruccio: Estaremos atendendo as escolas públicas e também as comunidades de baixa renda. Estaremos estimulando a iniciação esportiva, com foco nas crianças, jovens e idosos, pois temos consciência que a prática da atividade física é extremamente benéfica para a alto estima e saúde do corpo.

Como você vê a chegada da Copa do Mundo no processo de evolução do esporte no estado do Ceará? 

Ferruccio: Estamos tendo a oportunidade, depois de 64 anos,  de sediar o maior e mais midiático evento do planeta. Não tenho dúvidas que esse megaevento marcará a história da economia e da geração de empregos do estado do Ceará, como também gerará uma exposição inigualável na mídia mundial das nossas belezas naturais, da nossa gastronomia, cultura e nossa genuína hospitalidade. A principal obra da Copa, o Castelão, já deixa evidente um novo conceito em relação ao fortalecimento do futebol cearense. Esse equipamento evidencia a força da torcida em nosso estádio, quando tivemos no ano de 2013 uma das melhores médias de público do país. A Copa do Mundo já está gerando um novo pensar nos clubes, dirigentes e atletas do nosso futebol. Percebemos neles o desejo de buscar cada vez mais a profissionalização e inovação. Certamente, após a Copa 2014, haverá um grande estímulo para buscarem a evolução esportiva no estado do Ceará.

Quais ações o governo vem fazendo para estimular a prática do esporte na terra?

Ferruccio: Quando fui secretário do Esporte do Estado do Ceará (de 2007 até 2010) implantei o maior plano de cobertura esportiva do Brasil. Implantei 356 núcleos esportivos em 100% dos municípios cearenses, onde ofertávamos três modalidades esportivas e alimentação todos os dias para 60 mil jovens cearenses. Também destaco o apoio e fortalecimento das entidades esportivas com passagens para atletas, cursos de capacitação, apoio financeiro para eventos e ainda demos a ordem de início de cerca de 300 obras esportivas. Todas essas ações estão sendo fortalecidas no segundo mandato do governador Cid Gomes e, agora bem recente, o Governador nos deu a missão de construir o Centro de Formação Olímpica, que dará um novo norte para o esporte cearense.

Engrandece para você em saber que a Arena Castelão vem sendo avaliada como um dos principais estádios do mundo?

Ferruccio: A Arena Castelão é exemplo no Brasil e no mundo de agilidade, pontualidade, economia, sustentabilidade, acessibilidade e de uma beleza arquitetônica extraordinária, se não vejamos: finalizamos com quatro meses de antecedência, sendo o primeiro a ficar pronto no Brasil pra Copa 2014; é o único no pais que teve decréscimo de valor (com redução de mais de R$ 100 milhões na licitação), é o que tem o valor de assento mais barato de todos os estádios construídos para as quatro últimas Copas do Mundo; trabalharam no Castelão pessoas com deficiência e egressos do sistema penitenciário; foi o primeiro estádio de Copa do Mundo a receber Certificação Ambiental Internacional; é o único estádio no Brasil com 2,6% da sua capacidade destinado para pessoas com deficiência. Além disso, a arquitetura da Arena Castelão consegue destacar simplicidade, aconchego, alegria, segurança, conforto e hospitalidade que só o povo cearense é capaz de expressar com tanto sentimento.

Qual a importância em receber o prêmio de sustentabilidade?

Ferruccio: Desde o momento da assinatura da ordem de serviço da transformação do Castelão, sempre deixei claro o desejo de construir legados para a sociedade cearense, mas confesso que, nem nos meus melhores sonhos, pude imaginar que construiríamos algo que fosse referência mundial. Sou muito grato a Deus, Ele tem sido muito exagerado comigo!!!

ARENA CASTELÃO E OS CLUBES CEARENSES

Quais os motivos do Fortaleza E.C ainda não ter assinado acordo com a Arena Castelão? 

Ferruccio: As condições foram as mesma para o Fortaleza e o Ceará, digo melhor, os dois clubes montaram a proposta conjuntamente e apresentaram à empresa privada que faz a operação do Castelão. Eu lutei e defendi o que era mais vantajoso para os clubes. Sinceramente, não sei.

O show de grandes astros pode atrapalhar os clubes cearenses, principalmente o Ceará, por não mandarem seus jogos na Arena? 

Ferruccio: Não atrapalha. Sempre nos preocupamos em informar as datas com antecedência aos clubes e à Federação de Futebol do Ceará. O equipamento tem características de multiuso. Não há equipamento similar ao Castelão no mundo que consiga sobreviver somente com futebol.

CEARÁ E A COPA

O estado do Ceará está pronto para receber a Copa do Mundo?

Ferruccio: Com certeza! A única obra no Ceará que tem 100% de relação com o evento é o Castelão e esse está muito bem testado e aprovado. Já realizamos mais de 54 eventos nele. Fizemos eventos de natureza local, regional, nacional e internacional, portanto, estamos tranquilos e seguros de que realizaremos, com a graça de Deus, uma grande Copa do Mundo.

Quais os legados que a Copa deixará ao crescimento do esporte cearense?

Ferruccio: Inúmeros!!! Existem legados antes, durante e após o evento. Tentarei expor alguns de forma sucinta. Por exemplo: são inegáveis as transformações que a cidade de Fortaleza passa na área de mobilidade urbana. Também podemos perceber os legados de ordem social. Para se ter uma ideia, somente o curso de capacitação que estamos realizando em parceria com a Unifor, tem a meta de qualificar 12 mil pessoas em 33 cursos. Na Copa das Confederações, foram gerados 11.126 empregos diretos somente no mês de junho/13, o que representou um acréscimo de 183% em relação a junho/12. Ainda durante o mês de junho, recebemos 59 mil turistas na nossa capital e esses torcedores/turistas injetaram R$ 146 milhões na economia cearense. Portanto, há um forte reflexo na geração de empregos e, consequentemente, na economia do nosso estado com a Copa das Confederações, imagine na Copa do Mundo, onde o evento é infinitamente maior.

Outro aspecto importante diz respeito aos cuidados com o meio ambiente, já que o Castelão é um exemplo do novo conceito ambiental, sendo o primeiro estádio verde da Copa com certificação LEED. E ainda destaco a exposição midiática da cidade de Fortaleza para 208 países. Essa será uma oportunidade única para potencializar o nosso turismo e, consequentemente, gerar oportunidades para os nossos irmãos cearenses.

FERRUCCIO E A COPA 

 O que significa para você, Ferruccio Feitosa, participar diretamente de um ano tão importante para o esporte?

Ferruccio: Estou trabalhando há mais de sete anos nesse projeto e a cada dia me sinto mais estimulado e apaixonado. Tenho consciência que esse é o evento que dará um novo norte na nossa economia, que impulsionará definitivamente o turismo do Ceará, que estreitará as relações comerciais com a Europa e America do Norte. Sediarmos o mais importante e mais midiático evento do planeta, depois de 64 anos e estar à frente em todos os momentos, ou seja, participar do processo da candidatura, ser nomeado o interlocutor com a FIFA/COL, planejar e executar esse megaevento, é uma grande bênção de Deus! Só me resta agradecer a Deus e ao Governador Cid Gomes, que desde o primeiro momento me confiou essa desafiadora e ousada tarefa. Em suma, significa um privilégio, uma graça de Deus por ser o escolhido diante de milhões de cearenses.

Produção, edição e reportagem elaborada por:

Gabriel Lobo – @gabriellobo10
João Pedro Guedes – @jpedroguedes

Bate-bola com Sandro, zagueiro do Ceará. Saiba dos grandes objetivos do jogador para 2014

Sandro, zagueiro do Ceará, contou um pouco de seus objetivos em vestir a camisa do Vovô. (Foto: Divulgação/CearáSC)

Sandro, zagueiro do Ceará, contou um pouco de seus objetivos em vestir a camisa do Vovô. (Foto: Divulgação/CearáSC)

O blog  Nota Esportiva traz como novidade aos leitores, um quadro de entrevistas, trazendo sempre todas as semanas, sobretudo nos dias de sexta-feira, um bate-bola com algum jogador, dirigente, ou algum personagem que esteja envolvido diretamente no esporte local.

O primeiro entrevistado foi o zagueiro do Ceará Sandro, de 25 anos, que chegou ao Vovô no inicio desta temporada e vem chamando atenção pela sua ótima performance nos últimos jogos. Atencioso, o atleta recebeu nossa equipe na sede do clube, em Carlos de Alencar Pinto, e contou de suas pretensões como jogador do Vovô.

Confira agora a entrevista completa e exclusiva do Nota Esportiva com o zagueiro Sandro do Ceará:

NE: Como foi a negociação e por quê você escolheu o Ceará para jogar essa temporada ?

Sandro: Desde o inicio houve um interesse, eu observei toda a importância do clube esse ano, ano do centenário. Me identifiquei com o clube e decidi vir pra cá apesar de outras propostas. E nesse pouco tempo eu creio que fiz a escolha certa

NE: Você tem passagens por clubes do Sul/Sudeste, e até mesmo do exterior. Como vem sendo esse primeiro contato em um time nordestino?

Sandro: O problema é o calor, mas estou me adaptando. Minha família está bem instalada, o pessoal aqui no Ceará é fora de série desde o porteiro ao presidente. Estou me sentindo em casa, tem um pouco de calor mas isso é normal do Nordeste.

NE: O torcedor do Ceará e a própria imprensa, apesar do inicio de temporada e da pouca quantidade de jogos, vem elogiando seu futebol. De que forma você vem recebendo esses elogios?

Sandro: Eu vejo como uma formula de estímulo para trabalhar mais. Não posso me acomodar, a gente sabe o tanto de competição que vamos jogar o quanto é dificil manter o ritmo de jogo, não só eu como os companheiros. Espero dar continuidade nesse trabalho

NE: Ano passado o Ceará sofreu com vários problemas defensivos, você acha que isso aumenta a responsabilidade sobre você para a atual temporada ?

Sandro: Como eu disse na primeira entrevista quando eu cheguei, a gente está começando uma nova história. A gente tem essa responsabilidade, somos cobrados desde cedo, e defensor nem se fala. Mas essa responsabilidad é boa, pois deixa a gente atento e diminui a margem de erro. Assim nossos companheiros podem fazer a diferença lá na frente

NE: E pra você como é jogar ao lado de um jogador tão importante no Ceará como é o Anderson ?

Sandro: Tranquilo, o Anderson é um cara fora de série. Pra mim é gratificante, creio que pra ele também. Nem tenho palavras pra falar dele, de pouco que tenho vivido aqui tem sido bastante especial pra mim e para o grupo.

NE: Sandro você poderia falar um pouco das suas primerias impressões do clube ? Estrutura, Diretoria ?

Sandro: Clube em si ? A gente tá vendo a estrutura que estão nos dando hoje, o departamento médico praticamente completo, a estrutura de musculação, todo suporte clínico e fisiologia, suplementação. Tudo isso faz diferença nessa bateria de jogos que temos no campeonato brasileiro, tem que ter esse suporte. O  presidente faz o que é possível e as vezes até o impossível, para a gente fazer o melhor em campo, para que a gente jogue tranquilo, tendo nosso salário em dia nossa família bem instalada, e tudo isso faz a diferença.

NE: Com esse calendário nacional tão apertado, como vai ser pra você e para o Ceará jogar 4 competições importantes durante o ano ?

Sandro: Tem que ser bem trabalhado, bem administrado. Por isso que a preparação em Janeiro é tão importante, pra a gente aguentar essa bateria de jogos. Professor Sérgio e toda comissão se empenharam, estamos nos lapidando buscando entrosamento para que no final do ano a somatória seja positiva.

NE: Com esses sistema tático do Sérgio, com apenas um volante, você acha que a defesa fica desprotegida ?

Sandro: Parece que está tudo aberto, mas cada jogador tem sua responsabilidade. O próprio Ricardinho, o Souza, por mais que eles saiam para o apoio eles também sabem que tem que voltar para diminuir esse espaço. E essa distribuição de responsabilidade, ela vai ajudando a gente lá atrás.

NE: E para finalizar Sandro, o que significa para você como atleta atuar no centenário do Ceará Sporting Club ?

Sandro: Oportunidade que eu tenho de novamente escrever meu nome na história de um clube. Existem alguns jogadores que passam por clubes para ser apenas mais um, eu quero abraçar essa oportunidade para escrever meu nome na história do Ceará. E estou trabalhando forte para isso.

Em um bate-papo descontraído, Sandro foi o primeiro entrevistado para o quadro de entrevistas do Nota.

Em um bate-papo descontraído, Sandro foi o primeiro entrevistado para o quadro de entrevistas do Nota.

Produção, edição e reportagem elaborada por:

Gabriel Lobo – @gabriellobo10
João Pedro Guedes – @jpedroguedes